O mundo pós Segunda Guerra Mundial [História no Enem]

Postado em 12 de set de 2021
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A Segunda Guerra Mundial foi o maior confronto do século XX, com o número de vítimas mais alto da história da humanidade.

Essa guerra ficou marcada por uma série de acontecimentos impactantes, como o Massacre de Katyn, o Holocausto, o Massacre de Babi Yar e o lançamento das bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki.

Todos esses fatos, que aconteceram entre os anos de 1939 e 1945, mudaram o curso da história e trouxeram consequências para o mundo todo.

Neste artigo, falaremos mais sobre o pós Segunda Guerra Mundial, apresentando as principais implicações desse conflito.

Esse é um conteúdo que costuma aparecer de forma frequente na prova de história do Enem. Ou seja, é essencial incluí-lo em seu plano de estudos!

Aqui você vai ver:

 

 

A Guerra Fria

Após a Segunda Guerra Mundial, a Europa entrou em declínio. Afinal, durante os combates, cidades, fábricas, portos, estradas e ferrovias foram bombardeados e destruídos.

Nesse contexto de ruína da Europa, os EUA e a antiga URSS se consolidaram como principais potências do mundo.

Esses países se caracterizavam pelas suas diferenças ideológicas — os EUA se identificava como capitalista, e a URSS como socialista. Foi essa diferença entre os países que deu início a Guerra Fria.

Esse confronto ficou assim conhecido porque ambos os países nunca se enfrentaram diretamente em um conflito bélico. Ou seja, foi uma batalha essencialmente político-ideológica.

A Guerra Fria teve início após a Segunda Guerra Mundial, mais precisamente em 1947, quando o presidente americano Henry Truman fez um discurso afirmando que os Estados Unidos poderia intervir em governos não democráticos.

O avanço do socialismo no leste europeu e em outros países representava uma ameaça às intenções dos EUA.

Assim, as rivalidades entre norte-americanos e soviéticos se acirraram na disputa por áreas de influência.

Pós Segunda Guerra Mundial - bandeira dividida entre Estados Unidos e União Soviética

A Guerra Fria se estendeu de 1947 a 1991 e algumas características desse período podem ser destacadas:

  • Polarização do mundo: as diferenças ideológicas entre norte-americanos e soviéticos resultaram em uma forte polarização do mundo. Essa divisão entre as nações afetava as relações internacionais de todo o mundo.
  • Corrida armamentista: a busca pela hegemonia internacional fez com que as duas potências investissem muito no desenvolvimento de novas tecnologias bélicas. Assim, no período, o número de armas nucleares e termonucleares produzidas disparou.
  • Corrida espacial: a corrida espacial foi um dos campos de disputa entre norte-americanos e soviéticos durante a Guerra Fria. Ao longo da década de 1960, inúmeras expedições espaciais foram realizadas.
  • Interferência estrangeira: tanto norte-americanos quanto soviéticos interferiram em assuntos internos de diferentes países na busca por hegemonia. Dois exemplos são a interferência norte-americana na política brasileira na década de 1960 e a interferência militar no Afeganistão na década de 1980.
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Além disso, durante a Guerra Fria, se formaram duas alianças político-militares:

  • a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN);
  • e o Pacto de Varsóvia.

A OTAN, fundada em 1949, era composta inicialmente por Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, França, Bélgica, Países Baixos, Luxemburgo, Dinamarca, Noruega, Finlândia, Portugal e Itália. Mais tarde, juntaram-se Alemanha Ocidental, Grécia e Turquia.

Em 1955, em represália, a União Soviética criou o Pacto de Varsóvia, para impedir o avanço capitalista na sua área de influência. Faziam parte URSS, Albânia, Alemanha Oriental, Bulgária, Tchecoslováquia, Hungria, Polônia e Romênia.

A Guerra Fria só terminou com a Queda do Muro de Berlim, em 1989, e o fim da União Soviética, em 1991.

A criação da ONU

As consequências da Segunda Guerra Mundial foram devastadoras. Foram mais de 30 milhões de feridos e pelo menos 50 milhões de mortos distribuídos em inúmeras cidades.

Nações como França, Inglaterra e Alemanha foram algumas das mais arrasadas.

A Polônia perdera seis milhões de habitantes, e o Japão, 1,5 milhão em decorrência das bombas atômicas lançadas em Hiroshima e em Nagasaki.

6 milhões de judeus também foram assassinados nos campos de concentração nazistas.

Além de toda essa devastação, com o fim da Segunda Guerra, o mundo estava se dividindo politicamente entre capitalistas e socialistas, como vimos anteriormente. Era o começo da Guerra Fria, um período de incerteza e insegurança.

Frente a esse cenário, tornou-se essencial que fosse criado um órgão para manter a paz e a segurança internacional, bem como desenvolver a cooperação entre os povos.

Nesse contexto, surgiu então a Organização das Nações Unidas (ONU), em 24 de outubro de 1945.

Seu objetivo central era e ainda é solucionar os problemas sociais, humanitários, culturais e econômicos, promovendo o respeito às liberdades fundamentais e aos direitos humanos.

Atualmente, a ONU é a principal organização internacional, com 193 países membros.

A instituição se envolve em várias missões de paz ao redor do mundo e age através de sanções diplomáticas, econômicas, desportivas e políticas para punir os países que ameaçam a paz mundial.

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A descolonização da África e da Ásia

Entre 1945 e 1970, os territórios africanos e asiáticos — que constituíam parte dos impérios europeus — passaram por um processo de descolonização (independência política).

Isso se deu, principalmente, pelo enfraquecimento das potências europeias após a Segunda Guerra Mundial.

As populações dos países africanos e asiáticos foram convocadas para participar do esforço de guerra e muitos lutaram em diversas batalhas.

Assim, ao terminar o confronto, diversos países afro-asiáticos imaginaram que teriam mais autonomia, porém não foi isso que aconteceu. O colonialismo continuou como antes da guerra.

Essa situação fortaleceu os movimentos nacionalistas emergentes.

Além disso, a insatisfação das colônias foi reforçada pela Carta das Nações Unidas, que considerava a autodeterminação dos povos um direito básico.

Dessa forma, a independência política se tornou inevitável nos países africanos e asiáticos.

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Os golpes militares na América Latina

Pós Segunda Guerra Mundial - mísseis apontados para o céu

No século XX, uma série de ditaduras, sobretudo militares, desenvolveram-se na América Latina.

Diferentes países como Brasil, Paraguai, Uruguai, Argentina, Chile, Peru, Bolívia, Guatemala e República Dominicana, entre outros, contaram com ditaduras conservadoras, conduzidas em sua maioria por militares.

A implantação dessas ditaduras está diretamente associada ao cenário de disputas da Guerra Fria, ou seja, ao pós Segunda Guerra Mundial.

Depois da Segunda Guerra Mundial, a rivalidade entre Estados Unidos e União Soviética ganhou dimensão planetária e a disputa por influência aumentou consideravelmente.

Em um primeiro momento, os Estados Unidos focaram seus esforços para evitar o crescimento da influência soviética na Europa e na Ásia.

Contudo, a partir do final da década de 1950, o governo norte-americano percebeu a necessidade de aumentar sua influência sobre o próprio continente, e isso deu início às ações em países latino-americanos.

O objetivo era enfraquecer os movimentos de esquerda por meio da instauração de ditaduras militares de viés conservador.

Assim, os EUA passaram a apoiar as diversas ditaduras militares que se instauraram por toda a América Latina.

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Questões do Enem sobre o pós Segunda Guerra Mundial

Abaixo, reunimos algumas questões do Enem sobre o mundo pós Segunda Guerra Mundial. Confira:

1 - (Enem 2018) Os soviéticos tinham chegado a Cuba muito cedo na década de 1960, esgueirando-se pela fresta aberta pela imediata hostilidade norte-americana em relação ao processo social revolucionário. Durante três décadas os soviéticos mantiveram sua presença em Cuba com bases e ajuda militar, mas, sobretudo, com todo o apoio econômico que, como saberíamos anos mais tarde, mantinha o país à tona, embora nos deixasse em dívida com os irmãos soviéticos – e depois com seus herdeiros russos – por cifras que chegavam a US$ 32 bilhões. Ou seja, o que era oferecido em nome da solidariedade socialista tinha um preço definido.

PADURA, L. Cuba e os russos. Folha de São Paulo, 19 jul 2014 (adaptado).

O texto indica que durante a Guerra Fria as relações internas em um mesmo bloco foram marcadas pelo(a)

a) Busca da neutralidade política.
b) Estímulo à competição comercial.
c) Subordinação à potência hegemônica.
d) Elasticidade das fronteiras geográficas.
e) Compartilhamento de pesquisas científicas

Gabarito: C

2 - (Enem 2016) A Operação Condor está diretamente vinculada às experiências históricas das ditaduras civil-militares que se disseminaram pelo Cone Sul entre as décadas de 1960 e 1980. Depois do Brasil (e do Paraguai de Stroessner), foi a vez da Argentina (1966), Bolívia (1966 e 1971), Uruguai e Chile (1973) e Argentina (novamente, em 1976). Em todos os casos se instalaram ditaduras civil-militares (em menor ou maior medida) com base na Doutrina de Segurança Nacional e tendo como principais características um anticomunismo militante, a identificação do inimigo interno, a imposição do papel político das Forças Armadas e a definição de fronteiras ideológicas.

PADRÓS, E. S. et al. Ditadura de Segurança Nacional no Rio Grande do Sul (1964-1985): história e memória. Porto Alegre: Corag, 2009 (adaptado).

Levando-se em conta o contexto em que foi criada, a referida operação tinha como objetivo coordenar a

a) Modificação de limites territoriais.
b) Sobrevivência de oficiais exilados.
c) Interferência de potências mundiais.
d) Repressão de ativistas oposicionistas.
e) Implantação de governos nacionalistas.

Gabarito: D

3- (Enem PPL 2019) Produto do fim da Guerra Fria, a Convenção sobre a Proibição das Armas Químicas (CPAQ) marcou um momento novo das relações internacionais no campo da segurança. Aberta para assinaturas em Paris, em janeiro de 1993, após cerca de duas décadas de negociações na Conferência do Desarmamento em Genebra, a CPAQ entrou em vigor em abril de 1997. Ao abrir a I Conferência dos Estados-Partes na CPAQ, em Haia, o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, descreveu o evento como um “momentoso ato de paz”. Disse: “O que vocês fizeram com sua livre vontade foi anunciar a essa e a todas as futuras gerações que as armas químicas são instrumentos que nenhum Estado com algum respeito por si mesmo e nenhum povo com algum senso de dignidade usaria em conflitos domésticos ou internacionais”.

BUSTANI, J. M. A Convenção sobre a Proibição de Armas Químicas: trajetória futura. Parcerias Estratégicas, n. 9, out. 2000.

O que a Convenção representou para o cenário geopolítico mundial?

a) Esgotamento dos pactos bélicos multilaterais.
b) Restrição aos complexos industriais militares.
c) Enfraquecimento de blocos políticos regionais.
d) Cerceamento às agências de inteligência estatal.
e) Desestabilização das empresas produtoras de munições.

Gabarito: B

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Mariana Moraes

Por Mariana Moraes

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