Grécia e Roma: resumo para se dar bem no Enem

Postado em 8 de set de 2021
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Atualmente, quando pensamos em Grécia e Roma é comum que a imagem dos grandes monumentos históricos e a riqueza cultural dessas localidades venham à nossa mente.

Mas, muito antes de serem os pontos turísticos que conhecemos hoje em dia, Grécia e Roma foram importantes civilizações da Antiguidade Clássica, sendo consideradas verdadeiros berços das sociedades ocidentais modernas.

A Antiguidade Clássica é um longo período da história da Europa que se estende aproximadamente do século VIII a.C., com o surgimento da poesia grega de Homero, à queda do Império Romano do Ocidente no século V d.C., mais precisamente no ano 476.

Se da Grécia Antiga adotamos os conceitos políticos como monarquia, tirania, democracia, hegemonia e conceitos filosóficos como antropocentrismo, idealismo e racionalismo, da Roma Antiga herdamos o conceito de cidadania e justiça, a língua latina e o cristianismo.

Essas civilizações marcaram a história da humanidade, sendo por isso alvo de estudos na contemporaneidade.

Em função disso, a história e o legado de Grécia e Roma costumam ser cobrados de forma frequente no Enem e nos principais vestibulares do país.

Neste artigo, trazemos um resumo das principais características dessas civilizações para você se preparar. Fique conosco!

Aqui você vai conferir:

 


O que cai sobre Grécia no Enem

A Grécia Antiga foi uma civilização composta por um conjunto de cidades que partilhavam a língua, os costumes e algumas leis.

Originários dos povos aqueus, jônicos, eólios e dóricos que migraram para a península Balcânica, os povos gregos ficaram conhecidos como helênicos, pois sua organização de clãs se baseava na crença de que descendiam do herói Heleno.

Tradicionalmente, a história política da Grécia Antiga é dividida em cinco períodos, conforme podemos ver abaixo:

1. Período Pré-Homérico (2000 – 1200 a.C.)

O período Pré-homérico tem como principal característica a ocupação da Grécia Continental pelos povos de origem indo-europeia.

Os primeiros a chegarem à região foram os aqueus, sendo sucedidos pelos eólios e jônios.

Por fim, temos os dórios, povos essencialmente guerreiros que possivelmente foram os responsáveis pela dispersão de vários grupos humanos pelas ilhas do Mar Egeu e pelo litoral da Ásia Menor. Esse processo foi denominado de primeira diáspora.

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2. Período Homérico (1100 – 800 a.C.)

Grécia e Roma - escultura de Homero

Essa fase da Grécia Antiga recebeu esse nome em função das obras Ilíada e Odisseia — principais fontes de estudo sobre o período, atribuídas ao poeta Homero.

O período Homérico é caracterizado pela volta ao campo dos povos mencionados anteriormente e o abandono da escrita.

Nesse período, as comunidades gentílicas fortaleceram-se, e o núcleo social orbitava sobre os genos – famílias coletivas constituídas por um grande número de pessoas sob a liderança de um monarca.

Em um primeiro momento, as terras das comunidades gentílicas eram comunitárias, mas o desenvolvimento ocorrido entre os séculos XII e VIII a.C. levou à privatização das terras, ao crescimento demográfico e à ocorrência de uma segunda diáspora, realizada em decorrência da crise da sociedade gentílica.

A segunda diáspora deu origem a Magna Grécia, nome pelo qual ficou conhecido o processo de colonização de regiões do Mediterrâneo ocidental, principalmente no sul da Península Itálica.

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3. Período Arcaico (800 - 600 a.C.)

Depois da segunda diáspora, iniciou-se o período Arcaico na Grécia. Ele teve como principal característica o fortalecimento das cidades-estados (ou pólis gregas). Esparta e Atenas foram as cidades-estados que mais se destacaram.

O forte de Esparta era sua estrutura aristocrática e guerreira, cuja organização social era rigidamente hierarquizada.

Já em Atenas, o desenvolvimento do comércio em diversas regiões do mar Mediterrâneo, principalmente com as áreas de colonização da Magna Grécia, e a criação de diversas instituições políticas foram o grande destaque.

Um dos pontos que vale ressaltar desse período são as lutas políticas de Atenas.

Nessa cidade-estado, as desavenças políticas entre as distintas classes sociais levaram à criação da democracia política.

Segundo ela, poderiam participar das decisões sobre os rumos da pólis os cidadãos —- grupo formado pelos homens maiores de 21 anos, filhos de pais e mães atenienses.

Estavam excluídos dos direitos de cidadania as mulheres, os estrangeiros e os escravos.

Mesmo que excludente, a instauração da democracia ateniense reverbera até os dias de hoje, contribuindo para as noções políticas que temos na atualidade.

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4. Período Clássico (500 - 400 a.C.)

O período Clássico foi marcado pelo apogeu da civilização grega, principalmente pelo desenvolvimento econômico e cultural verificado em Atenas.

As Guerras Médicas foram um dos principais acontecimentos do período.

Elas colocaram no campo de batalha duas grandes civilizações, a grega e a persa, o que possibilitou uma unidade entre as diversas cidades-estados gregas para enfrentar um inimigo que ameaçava conquistar seus territórios.

A vitória grega levou ao crescimento ainda maior do comércio controlado pelos atenienses no Mediterrâneo, marcando o período conhecido como imperialismo ateniense.

Nessa fase, a cidade vivenciou seu apogeu cultural, com o estímulo às diversas práticas artísticas, como teatro, arquitetura e filosofia, destacando a construção do Parthenon e a produção filosófica de Platão e Aristóteles.

Contudo, as disputas internas entre as cidades-estados gregas, marcadas principalmente pela Guerra do Peloponeso, indicaram o início do declínio da civilização grega.

Grécia e Roma - foto das construções históricas da Grécia

5. Período Helenístico (300 – 200 a.C.)

As disputas internas entre as cidades-estados enfraqueceram a civilização grega, dando início ao período Helenístico.

Nessa época, a Grécia foi dominada pelos macedônios, destacando-se Alexandre Magno.

Alexandre levou o Império Macedônico à maior extensão de suas fronteiras, conquistando o Egito, a Pérsia e chegando até a Índia.

Com essa expansão imperial e com o legado cultural grego, Alexandre pretendeu fundir as culturas gregas e orientais em um processo conhecido como helenismo.

Entretanto, com sua morte precoce, aos 33 anos de idade, seus sucessores não puderam manter a unidade do império, caracterizando também o fim da Grécia Antiga.

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O que cai sobre Roma no Enem

A Roma Antiga corresponde a uma civilização itálica que teve origem no século VIII a. C. Essa região, que no início era uma pequena aldeia, tornou-se um dos maiores impérios no mundo antigo.

A história de Roma é cercada por lendas. A mais famosa é de que tudo começou com os gêmeos Rômulo e Remo, descendentes de Enéias.

Filhos do Rei Marte e de Reia, os irmãos foram atirados ainda bebês no rio Tibre por ordem de Amúlio, que tentava roubar o trono.

Os gêmeos, contudo, sobreviveram, sendo amamentados por uma loba em seus primeiros dias de vida.

Grécia e Roma - imagem da escultura de Rômulo e Remo

Só depois de adultos e de terem conhecimento sobre sua origem é que os irmãos voltaram ao reino para destronar Amúlio, recebendo a missão de fundar Roma.

Mas, desentendimentos acabaram complicando a relação dos irmãos e, em um momento de fúria, Rômulo assassinou Remo. Assim, ele se transformou no primeiro rei de Roma.

Com seu extenso processo de conquistas, Roma passou da mítica cidade dos irmãos Rômulo e Remo para um amplo território.

Ao longo da história, os romanos dominaram a península Ibérica e Itálica e grande parte do litoral norte da África e parte da Ásia Menor, levando seus valores para diversas nações.

Dessa trajetória, herdamos várias línguas, concepções estéticas, instituições e formas de governo, que se tornaram grandes referenciais até os dias de hoje.

A história de Roma divide-se em três fase, são elas:

1. Monarquia (753 – 509 a.C.)

Nesse período, a sociedade da Roma Antiga era constituída por quatro grupos: patrícios, plebeus, clientes e escravos.

Os patrícios eram a classe dominante, formada por nobres e proprietários de terra.

Os plebeus eram constituídos por comerciantes, artesãos, camponeses e pequenos proprietários.

Os clientes eram formados por plebeus e estrangeiros que prestavam serviços diretamente para uma família patrícia.

Os escravos eram a base da sociedade, porém, nesse período, não eram numerosos em Roma.

Na monarquia romana, o rei exercia funções executiva, judicial e religiosa.

Após a morte do monarca, o poder retornava ao senado, que governava temporariamente até que um novo rei fosse escolhido.

O senado romano era formado pelos principais chefes das tribos latinas que haviam fundado a cidade em 753 a.C.

Nesse período, Roma sofreu grande influência de seus vizinhos, etruscos e gregos. Cada um desses povos deixou sua contribuição para o crescimento e desenvolvimento dessa cidade.

Dos gregos, os romanos herdaram a base de sua cultura e religião, além de terem aprendido noções de arquitetura. Dos etruscos, os romanos conseguiram desenvolver o seu comércio e aprenderam técnicas de manejo do solo, como a drenagem de pântanos.

O período da monarquia romana foi finalizado em 509 a.C., quando o rei de origem etrusca Tarquínio, o Soberbo, foi deposto de sua função e expulso da cidade.

A partir desse momento, uma grande alteração nos quadros políticos de Roma aconteceu, e o poder político passou a ser concentrado no senado e na figura dos cônsules.

Grécia e Roma - imagem do Coliseu

2. República (509 - 27 a.C.)

A implantação da república em Roma significou a afirmação do senado, o órgão de maior poder político entre os romanos. O poder executivo ficou a cargo das magistraturas, ocupadas pelos patrícios.

Esse período ficou marcado pela luta de classes entre patrícios e plebeus.

Os patrícios lutavam para preservar privilégios e defender seus interesses políticos e econômicos, mantendo os plebeus sob sua dominação.

Entre 449 e 287 a.C. os plebeus, contudo, organizaram cinco revoltas que resultaram em várias conquistas: Tribunos da plebe, Leis das XII tábuas, Leis Licínias e Lei Canuleia.

Com essas medidas, as duas classes praticamente se igualaram.

3. Império (27 a.C. - 476 d.C.)

A partir do século IV a.C, Roma começou a se tornar um império. A primeira etapa das conquistas romanas foi marcada pelo domínio de toda a península Ibérica.

A segunda etapa foi o início das guerras contra Cartago, chamadas de Guerras Púnicas (264 a 146 a.C.). Em 146 a.C. Cartago foi totalmente destruída.

Assim, em pouco mais de cem anos, toda a bacia do Mediterrâneo já era de Roma.

A partir dessa expansão territorial, o imperador Otávio Augusto (27 a.C. a 14) reorganizou a sociedade romana, ampliando a distribuição de pão e trigo e de divertimentos públicos — a política do pão e circo.

Depois de Augusto, várias dinastias se sucederam. Entre os principais imperadores estão:

  • Tibério (14 a 37);
  • Calígula (37 a 41);
  • Nero (54 a 68);
  • Tito (79 a 81);
  • Trajano (98 a 117);
  • Adriano (117-138);
  • Marco Aurélio (161 a 180).

Grécia e Roma - imagem de Alexandre Magno

Apesar da expansão, a partir de 235, o Império Romano começou a declinar. Isso se deu especialmente quando Roma começou a ser governada pelos imperadores-soldados, cujo principal objetivo era combater as invasões.

Esse período caracterizou-se pela volta da anarquia militar. Assim, em um período de apenas meio século (235 a 284), Roma teve 26 imperadores, dos quais 24 foram assassinados.

Com a morte do imperador Teodósio, em 395, o Império Romano foi dividido entre seus filhos Honório e Arcádio.

Honório ficou com o Império Romano do Ocidente, que tinha como capital Roma, e Arcádio ficou com o Império Romano do Oriente, que tinha como capital Constantinopla.

Em 476, contudo, o Império Romano do Ocidente desintegrou-se e o imperador Rômulo Augusto foi deposto. O ano de 476 é considerado pelos historiadores o marco divisório da Antiguidade para a Idade Média.

Da poderosa Roma, restou apenas o Império Romano do Oriente, que se manteria até 1453.

Questões do Enem sobre Grécia e Roma para praticar

Vamos colocar os conhecimentos em prática? Confira algumas questões sobre Grécia e Roma que já caíram no Enem:

1 - (Enem 2019) A soberania dos cidadãos dotados de plenos direitos era imprescindível para a existência da cidade-estado. Segundo os regimes políticos, a proporção desses cidadãos em relação à população total dos homens livres podia variar muito, sendo bastante pequena nas aristocracias e oligarquias e maior nas democracias.

CARDOSO, C. F. A cidade-estado clássica. São Paulo: Ática, 1985.

Nas cidades-estado da Antiguidade Clássica, a proporção de cidadãos descrita no texto é explicada pela adoção do seguinte critério para a participação política:

a) Controle da terra.
b) Liberdade de culto.
c) Igualdade de gênero.
d) Exclusão dos militares.
e) Exigência da alfabetização.

Gabarito: A

2 - (Enem 2020) Com efeito, até a destruição de Cartago, o povo e o Senado romano governavam a República em harmonia e sem paixão, e não havia entre os cidadãos luta por glória ou dominação; o medo do inimigo mantinha a cidade no cumprimento do dever. Mas, assim que o medo desapareceu dos espíritos, introduziram-se os males pelos quais a prosperidade tem predileção, isto é, a libertinagem e o orgulho.

SALÚSTIO. A conjuração da Catilina/A guerra de Jugurta. Petrópolis: Vozes. 1990 (adaptado).

O acontecimento histórico mencionado no texto de Salústio, datado de I a.C., manteve correspondência com o processo de

a) demarcação de terras públicas.
b) imposição da escravidão por dívidas.
c) restrição da cidadania por parentesco.
d) restauração de instituições ancestrais.
e) expansão das fronteiras extrapeninsulares.

Gabarito: E

3 - (Enem 2020) Na Grécia, o conceito de povo abrange tão somente aqueles indivíduos considerados cidadãos. Assim é possível perceber que o conceito de povo era muito restritivo. Mesmo tendo isso em conta, a forma democrática vivenciada e experimentada pelos gregos atenienses nos séculos IV e V a.C. pode ser caracterizada, fundamentalmente, como direta.

MANDUCO, A Ciência Política. São Paulo: Saraiva. 2011.

Naquele contexto, a emergência do sistema de governo mencionado no excerto promoveu o(a)

a) competição para a escolha de representantes.

b) campanha pela revitalização das oligarquias.

c) estabelecimento de mandatos temporários.

d) declínio da sociedade civil organizada.

e) participação no exercício do poder.

Gabarito: E

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Mariana Moraes

Por Mariana Moraes

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