Entenda como funciona sua aprendizagem com o Ciclo de Kolb

Postado em 17 de fev de 2022
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Você já ouviu falar do Ciclo de Kolb?

Durante a fase escolar ou na graduação, você deve ter percebido que cada pessoa tem uma forma diferente de aprender — tem aquele colega que grava tudo o que lê, outro precisa ouvir os conteúdos para absorvê-los e por aí vai.

Cada um tem seu modo de aprendizagem, ou seja, uma forma própria de processar informação e assimilar novos conhecimentos. E isso depende das competências e habilidades que ele possui.

Essa maneira pessoal de aprender se chama estilo de aprendizagem. Há diferentes teorias sobre as formas e classificações dos estilos de aprendizagem, mas um dos principais é o Ciclo de Kolb.

Essa metodologia destaca o papel da experiência no processo de retenção de conhecimento. Quer conhecer mais sobre? Neste artigo, explicaremos o que é e como funciona o Ciclo de Kolb.

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O que é a aprendizagem experiencial?

Antes de falarmos especificamente sobre o Ciclo de Kolb, precisamos dar alguns passos para trás e explicar o conceito de aprendizagem experiencial.

No começo dos anos 1970, David Allen Kolb, professor universitário de Harvard e teórico educacional norte-americano, desenvolveu seu Inventário de Estilos de Aprendizagem (Learning Styles Inventory, ou LSI).

Seu objetivo era identificar como as pessoas aprendem, principalmente pensando no contexto corporativo e de desenvolvimento de carreira.

Com seus estudos, o pesquisador descobriu que os adultos têm diferentes maneiras de aprender. Neles, o desenvolvimento das estruturas cognitivas já está completo. Dessa forma, o processo de aprendizagem do adulto apresenta um maior enfoque nas relações entre ambiente e indivíduo.

É dessas conclusões que nasce o conceito de aprendizagem experiencial.

Segundo Kolb, esse tipo de aprendizagem é um produto de como o adulto vivencia e experimenta o mundo. Ou seja, a experiência, envolvendo suas relações de trabalho, educação e desenvolvimento pessoal, é a base do processo de aprendizagem dos adultos.

A partir dessa compreensão, Kolb elaborou um método para explicar como se dá a aprendizagem baseado na experiência: o Ciclo de Kolb.

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Como funciona o Ciclo de Kolb e quais são suas etapas

Já sabemos que o Ciclo de Kolb sugere um processo de aprendizagem baseado na experiência, certo? Mas, como esse processo se dá na prática?

De acordo com este método, o processo de aprendizagem experiencial tem como base um ciclo contínuo de quatro estágios:

  • Experiência concreta;
  • Observação reflexiva;
  • Conceitualização abstrata;
  • Experimentação ativa.

A seguir, explicamos cada uma dessas etapas.

1. Experiência concreta (agir)

O primeiro estágio da aprendizagem, segundo o Ciclo de Kolb, se refere aos momentos em que o indivíduo realmente experiência uma nova situação/acontecimento. Diante dessas novas experiências, a pessoa toma determinadas atitudes sobre as quais refletirá na sequência.

Vamos a um exemplo: Amanda é uma profissional de marketing e recebeu pela vez um feedback negativo de um cliente. Essa é uma experiência nova para a Amanda, o que a fez agir de forma pouco receptiva e estremeceu sua relação com o cliente.

Como essa experiência concreta pode se transformar em um aprendizado? É o que acontece nas etapas a seguir!

2. Observação reflexiva (refletir)

Depois de viver uma nova experiência, a pessoa passa pela etapa de reflexão.

Nela, o indivíduo desenvolve uma série de hipóteses gerais sobre o que as informações recebidas e o que se passou. Quais eram seus sentimentos e emoções? Se houve um desentendimento, por que se deu? Sob quais circunstâncias? Como você se comportou e como outros se comportaram?

Essas são algumas perguntas fundamentais nesse momento.

Para entender melhor, vamos voltar ao exemplo: seguindo o postulado pelo Ciclo de Kolb, depois de terminar a reunião com o cliente, Amanda vai refletir sobre suas atitudes naquela situação.

Assim, é possível que ela comece a traçar cenários do por que aquilo aconteceu e ampliar seu quadro de entendimento.

3. Conceitualização abstrata (conceitualizar)

Além do aprendizado proporcionado pela reflexão, centrado no momento da experiência, é possível ampliar ainda mais o conhecimento oriundo de uma situação. Como? Por meio da concetualização.

Vamos falar novamente da marketeira Amanda para entender essa etapa. A experiência foi um ruído comunicacional entre Amanda e o cliente, certo? Vamos dizer que ela conclua que a situação aconteceu pela forma como empregou as palavras.

A partir dessa compreensão, Amanda pode extrapolar o aprendizado em uma lição que vale para diferentes campos – no caso, decidir comunicar-se de maneira mais eficaz no futuro ao entender seu público e adaptar sua mensagem.

Assim, ela poderá agir de uma forma melhor quando algo parecido acontecer novamente.

4. Experimentação ativa (aplicar)

Depois dessas três etapas, é hora de colocar os conhecimentos adquiridos em prática, buscando exercitar o aprendizado de forma ativa. Para a Amanda, profissional do nosso exemplo, é o momento de mudar suas atitudes e realmente trabalhar para melhorar sua comunicação.

Assim, uma nova habilidade/competência se aperfeiçoa, e o profissional sobe mais um degrau na escada do seu desenvolvimento.

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Os estilos de aprendizagem de Kolb

Além de explicar as etapas do processo de aprendizagem experiencial, Kolb também identificou diferentes estilos de aprendizagem experiencial. Os estilos de aprendizagem são preferências na forma de perceber, organizar, processar e compreender a informação. Confira quais são:

  1. Acomodador: estilo de aprendizagem observado em pessoas que apreciam desafios e novas experiências. As habilidades dominantes são a experimentação ativa e a experiência concreta.
  2. Assimilador: estilo de aprendizagem observado em pessoas que gostam de reunir fatos e organizá-los de forma lógica e integrada. As habilidades dominantes são a observação reflexiva e a conceituação abstrata.
  3. Convergente: pessoas com este estilo de aprendizagem buscam aplicação prática das ideias, apreciam resolver problemas e tomar decisões. Suas habilidades dominantes são a experiência concreta e a observação reflexiva.
  4. Divergente: pessoas com este estilo de aprendizagem apresentam melhor desempenho em situações que exigem a geração de ideias. Suas habilidades dominantes são a conceituação abstrata e a experimentação ativa.

Neste artigo, falamos sobre o Ciclo de Kolb, um método de aprendizagem baseado na experiência e que está muito ligado ao universo profissional.

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